Especialista alerta para a importância dos exames anuais e quebra de tabus durante o Novembro Azul
Aos 82 anos, José Santos de Almeida comemora o diagnóstico médico: remissão do câncer de próstata, após cinco anos de tratamento. Quando descobriu a doença, o aposentado já fazia acompanhamento anual com urologista e foi em uma das consultas que descobriu três nódulos. “Já me consultava há 13 anos e quando o médico realizou o exame de toque e senti dor pela primeira vez, percebi que isso não era comum e que havia algo errado”, explica.
José foi acompanhado por uma equipe multidisciplinar e retirou os nódulos por cirurgia. Hoje, passa maior parte do tempo cuidando de sua lanchonete e fazendo carpinagem, no interior do Estado. Sem câncer e com qualidade de vida. “Hoje, fico carpindo pra passar o tempo, me sinto muito bem e não tenho dor”, afirma.
A detecção precoce do câncer de próstata é fundamental para garantir maiores chances de cura e preservar a qualidade de vida dos pacientes. De acordo com o oncologista clínico integrante do corpo clínico da Oncomed, Gabriel Zanardo, quando o diagnóstico é feito nas fases iniciais da doença, as chances de cura podem chegar a 99%.
“É difícil falar em 100% na medicina, mas quando diagnosticamos precocemente, a possibilidade de cura é muito próxima disso”, afirma o médico. “Além disso, o tratamento tende a ser menos mutilante e com melhores resultados funcionais.”
Segundo o especialista, identificar o câncer em estágios iniciais permite realizar cirurgias mais conservadoras ou optar por tratamentos menos invasivos que possibilitam preservar funções importantes, como a continência urinária e a potência sexual aspectos que têm grande impacto na qualidade de vida dos pacientes.
“A cura é essencial, mas ela não pode vir a qualquer custo. Não adianta ter um paciente curado se ele perde qualidade de vida ou deixa de ter uma vida social e sexual ativa”, ressalta.
Exames e fatores de risco
A recomendação é que homens com histórico familiar de câncer de próstata — especialmente pai ou irmãos diagnosticados antes dos 60 anos — iniciem os exames preventivos aos 45 anos. Para os demais, a orientação é começar o acompanhamento a partir dos 50 anos, com consultas anuais ao urologista.
O câncer de próstata é considerado uma doença da terceira idade, com maior incidência após os 65 anos. Mesmo assim, o médico destaca que os homens devem procurar o urologista desde o início da vida sexual, já que outras condições também podem afetar a saúde masculina.
Na maioria dos casos, o câncer de próstata é assintomático em suas fases iniciais. Por isso, o médico reforça a importância dos exames mesmo na ausência de sintomas.
“Quando a doença apresenta sinais, geralmente já se encontra em estágio mais avançado”, explica.
Os sintomas mais comuns, como dificuldade para urinar, jato urinário fraco e aumento da frequência urinária, muitas vezes se confundem com os de uma condição benigna conhecida como hiperplasia prostática. “Esses sintomas fazem parte do envelhecimento masculino, mas precisam ser investigados. A maioria dos casos não é câncer, mas é essencial confirmar o diagnóstico o quanto antes”, explica o oncologista.
Tabus e conscientização
Apesar dos avanços nas campanhas de conscientização, o médico reconhece que ainda há resistência por parte dos homens em buscar atendimento médico. Segundo ele, o preconceito e o medo são os principais obstáculos.
“Muitos ainda acreditam que procurar o médico ou fazer exames como o toque retal fere a masculinidade, o que é um mito”, afirma. “O toque é um exame simples, rápido e barato, que ajuda a detectar mais de 80% dos casos de câncer de próstata quando feito junto com o PSA.”
O especialista reforça a importância da Campanha Novembro Azul, que busca estimular a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, além de promover uma mudança cultural sobre o cuidado com a saúde masculina. “O homem precisa entender que cuidar da saúde não é sinal de fraqueza, mas de responsabilidade. O diagnóstico precoce salva vidas e preserva a qualidade de vida”, conclui.
Para José é preciso abandonar o preconceito, já que foi graças ao diagnóstico precoce que conseguiu a remissão. “A mensagem que eu deixo é de otimismo e de cuidar da própria saúde. Deixar o preconceito de lado porque um exame não vai nos deixar menos homem. Muito importante fazer esse acompanhamento porque o câncer não brinca em serviço”, afirma.
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