Oncologia e equidade – Dr. Marcelo Benedito Mansur Bumlai

Publicado por Íntegra Comunicação Estratégica em 08/06/2022 às 12:45

LoremEsta terça-feira (7) foi o último dia da 58ª edição do Congresso Americano de Oncologia. A edição assume um papel histórico, pois foi a primeira pós-pandemia da Covid19, e muito se esperava do evento, visto que os últimos ocorreram em sistema on-line. O congresso foi realizado em Chicago e teve com tema principal o avanço do cuidado equitativo do câncer através da inovação. Foram mais de 35 mil participantes em mais de 200 sessões, dos mais variados temas. Passando pelas questões de dificuldade de acesso à saúde nas mais diversas populações, até às principais novidades em novos e mais efetivos tratamentos contra o câncer.
 
Nesta edição, várias inovações foram trazidas, sendo que algumas de maior impacto. Uma das principais apresentações trouxe os resultados maduros do estudo DESTINY-Breast04, mostrando o grande benefício do uso de trastuzumab-deruxtecan em uma população de mulheres com câncer de mama irressecável e/ou metastático com expressão baixa (HER2-low) do receptor HER2. Esse estudo foi um dos mais comentados da sessão plenária, pois não só os resultados positivos foram excelentes em termos de ganho de sobrevida e redução do risco de morte, como lançaram uma nova luz e uma nova classificação do câncer de mama, no que diz respeito à expressão deste receptor (HER2). Para termos uma ideia, em torno de 20% dos casos totais de câncer de mama poderiam se beneficiar deste tratamento. Agora, com a nova medicação e seus resultados, cerca de 60% das mulheres com a doença poderão se beneficiar dessa via de tratamento. A apresentação na plenária foi seguida de uma emocionante manifestação de todos os presentes. 
 
Outro estudo para o qual gostaria de chamar a atenção foram os resultados preliminares do uso de uma nova imunoterapia, chamada Dostarlimab, em 12 casos de câncer de reto localmente avançado, com todos os pacientes alcançando remissão completa de sua doença, inclusive não tendo sido submetidos a cirurgia e com novas biópsias negativas. Este é um resultado preliminar realmente impressionante, e foi marcado pela apresentação emocionada do palestrante. Ainda se trata de um estudo inicial, e de um seguimento ainda muito curto (seis meses), mas, indubitavelmente, uma grande notícia para todo mundo.
 
Entre avanços e desafios, os conteúdos apresentados no evento deste ano evidenciaram um dos fatores mais encantadores da oncologia: a identificação de novas possibilidades na luta contra o câncer.
 
**Marcelo Benedito Mansur Bumlai (CRM-MT 2663) é Diretor Técnico da Oncomed – MT e membro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO)

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