Cirurgia robótica amplia precisão no tratamento do câncer colorretal

No mês dedicado à saúde do intestino, cirurgião oncológico explica características da modalidade, que é menos invasiva e já pode ser realizada em MT

O câncer colorretal continua sendo um dos cânceres mais incidentes e responsáveis por mortes no mundo. De acordo com a última estatística mundial divulgada pelo Observatório Global do Câncer (GCO), é o segundo mais frequente e a primeira causa de mortes por câncer nas mulheres. Nos homens é o terceiro mais comum e a segundo com maior número de óbitos. Mudanças no hábito intestinal (constipação ou diarreia persistentes), dificuldade para evacuar, presença de sangue com ou sem formato afilado das fezes, desconforto abdominal ou fraqueza sem causa aparente compõem um rol de situações, muitas vezes sutis e inespecíficas, mas que merecem especial atenção por poderem indicar a presença de câncer colorretal. A doença se caracteriza pela ocorrência de tumores no intestino grosso (cólon) e sua parte final, o reto, que faz a conexão com o ânus.

O exame padrão ouro para o diagnóstico do câncer colorretal é a colonoscopia, porém o exame para a pesquisa de sangue oculto nas fezes deve ser utilizado como triagem populacional inicial, por ser simples, mais acessível e barato. Devido ao aumento da ocorrência em pessoas mais jovens, a idade inicial para a primeira colonoscopia em indivíduos assintomáticos foi rebaixada para os 45 anos. O exame deve ser repetido a cada cinco anos.

Novas armas terapêuticas são periodicamente introduzidas no tratamento do câncer, à exemplo da cirurgia robótica e a imunoterapia. Como a cirurgia é ainda parte fundamental do tratamento oncológico, sua execução deve ser a mais bem indicada e precisa possível. Nessas situações, a cirurgia minimamente invasiva pela via robótica tornou-se uma importante aliada. Ela traz maior precisão, detalhamento e refinamento cirúrgico, pois permite ao cirurgião uma visão tridimensional de alta qualidade, o que também gera  menor perda sanguínea e recuperação mais precoce no pós-operatório.  Essa modalidade de tratamento já pode ser realizada em Mato Grosso.

Cirurgião oncológico há mais de três décadas, Gilmar Ferreira do Espírito Santo, um dos fundadores da Oncomed-MT, está entre os profissionais do Estado com certificação para a realização cirurgias robóticas. Com doutorado no tema e ampla atuação do tratamento do câncer colorretal, o médico destaca os benefícios da modalidade cirúrgica. “Os princípios da cirurgia oncológica devem objetivar a cura, a funcionalidade e a estética, nessa ordem. Neste sentido, o robô cirúrgico veio para somar, com cirurgias minimamente invasivas e mantendo os princípios necessários para uma cirurgia oncológica adequada, é um importante instrumento de precisão”, pontua. “Por meio dele podemos fazer incisões (cortes) bem menores dos que os necessários em procedimentos convencionais, permitindo que as mesmas cirurgias sejam realizadas com muito menos trauma. A recuperação é mais rápida e, em alguns casos, com menor risco de complicações e óbitos. Com isso, o paciente pode  retornar mais brevemente à sua rotina ou iniciar mais precoce o tratamento complementar, quando indicado.”

Quando pode ser feita?

Não há contraindicação formal para o uso da cirurgia robótica no câncer colorretal. “Aliás, as cirurgias mais difíceis e complexas têm um grande ganho com a técnica.  A obesidade que pode ser um fator complicador em outras modalidades cirúrgicas, não é empecilho para a robótica. Isso é factível porque os instrumentais cirúrgicos do robô são articulados e simulam os movimentos das mãos humanas, permitindo manobras em áreas da cavidade abdominal de difícil acesso”, observa.

O médico frisa que, em todas as situações, é condição essencial para realização de cirurgia robótica uma fase de treinamento antes da utilização do robô, sendo necessária certificação de acordo com as normativas das sociedades das especialidades cirúrgicas, Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e Federal de Medicina (CFM).

A ordem do tratamento

No que se refere sequência do tratamento do câncer colorretal, o cirurgião explica que depende do estágio em que o tumor é diagnosticado e da sua localização. “Nos tumores do cólon em estágios avançados, quando a doença já se disseminou para outros órgãos, a quimioterapia deve ser empregada inicialmente. Nos outros tumores do cólon, que ainda se encontram localizados, a cirurgia permanece como tratamento inicial. Naqueles localizados nas porções mediais e distais do reto, a quimioterapia e a radioterapia em conjunto, também devem ser aplicadas antes da cirurgia.” Assim como em outros tipos tumores, o diagnóstico em fases iniciais amplia as chances de cura a quase 100%.

Azul Marinho – O laço marca o mês dedicado, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), à conscientização sobre o câncer colorretal. No Brasil, a campanha recebe iniciativas de várias instituições, dentre as quais a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).

 

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